Escrito por Marcos Rodrigues,

3 minutos de leitura

Falar sobre FinOps é falar sobre cultura

A transformação proposta pelo FinOps vai além de métricas e relatórios; é uma mudança cultural que promove eficiência financeira e operacional em toda a organização.

Compartilhe este post:

Para compreender verdadeiramente o impacto da cultura FinOps dentro das organizações, é necessário revisitar os ensinamentos de W. Edwards Deming. Em 1982, Deming revolucionou o pensamento gerencial com a introdução de seus 14 princípios, que continuam sendo um farol para empresas em suas desafiadoras jornadas de negócios hoje.

Os princípios de Deming estabelecem um framework para melhoria contínua e qualidade total, alinhando-se perfeitamente com os objetivos do FinOps, que é maximizar o valor da nuvem.

Por exemplo, ao considerar o princípio que desencoraja a dependência da inspeção para garantir qualidade, percebemos um paralelo com a abordagem proativa do FinOps. Essa prática incentiva a integração da gestão financeira de nuvem desde o início do desenvolvimento até a entrega, possibilitando previsões e decisões em tempo real para evitar custos desnecessários e otimizar investimentos.

A Essência Humana no FinOps

Na prática, o FinOps é conduzido pelas pessoas na organização. Ferramentas de controle tecnológico são instrumentos de suporte para monitoramento e gestão, mas são as pessoas que impulsionam o processo, com base no conhecimento e nos princípios de Deming, para construir qualidade e eficiência desde o início.

A centralização da cultura FinOps dentro de uma equipe é crucial para estabelecer as regras e diretrizes a serem seguidas. No entanto, as decisões tecnológicas e de produtos devem ser descentralizadas, já que as equipes responsáveis por cada produto estão melhor posicionadas para implementar ajustes eficientes.

O sucesso do FinOps não reside em um departamento isolado, mas sim na colaboração de toda a empresa. Executivos, equipes de tecnologia, finanças e outros setores devem estar comprometidos e engajados nessa iniciativa para maximizar o valor da empresa.

O Compartilhamento de Responsabilidades entre Equipes

  • Executivos e Liderança: A alta administração deve endossar a iniciativa FinOps, fornecendo credibilidade e incentivando o envolvimento em todos os níveis.
  • Engenharia e Desenvolvimento: Esses profissionais são fundamentais na aplicação diária do FinOps, assumindo responsabilidade direta pelo impacto financeiro de suas ações e fornecendo relatórios detalhados de uso e previsões de custos.
  • Finanças: A equipe financeira beneficia-se imensamente do FinOps, permitindo uma visão mais clara e precisa dos custos associados à tecnologia, facilitando decisões financeiras mais eficientes.
  • Compras e Suprimentos: Esses especialistas mantêm parcerias estratégicas com fornecedores, garantindo que as economias realizadas internamente não sejam erodidas por ineficiências externas.
  • Equipes de Produto ou Negócios: A otimização de custos deve ser uma colaboração entre engenharia e o proprietário do produto, cuja visão de negócios é crucial para avaliar mudanças na capacidade técnica sem comprometer o valor do produto.
  • Praticantes de FinOps: Esses profissionais atuam como facilitadores da iniciativa, tendo uma visão abrangente e direcionando esforços de forma eficiente, conectando a área executiva a todos os níveis da organização.

No final, o foco de cada equipe deve estar no valor entregue. Com cada treinamento e melhoria contínua, a busca pela eficácia e excelência na entrega torna-se cada vez mais alcançável.

Este artigo tem como objetivo oferecer uma visão macro de como equipes e suas culturas podem se estruturar em torno do FinOps. A transformação proposta pelo FinOps vai além de métricas e relatórios; é uma mudança cultural que promove eficiência financeira e operacional em toda a organização.

Compartilhe este post: