Escrito por Mateus Lenhart,

4 minutos de leitura

Adaptando-se à era do GitHub Copilot: a mudança mental dos desenvolvedores em relação à IA

Essa nova era de desenvolvimento assistido por IA exige uma mudança de paradigma no modelo mental dos desenvolvedores, que precisam se adaptar às novas formas de trabalho e interação com a tecnologia

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Pessoa trabalhando no computador com códigos de desenvolvedor

A inteligência artificial (IA) está rapidamente se tornando uma força motriz na área de desenvolvimento de software, com ferramentas como o GitHub Copilot, um assistente de programação baseado em aprendizado de máquina, liderando essa transformação. O Copilot auxilia os desenvolvedores sugerindo código enquanto eles digitam, aproveitando o contexto do projeto e um vasto repositório de código público e privado. Essa nova era de desenvolvimento assistido por IA exige uma mudança de paradigma no modelo mental dos desenvolvedores, que precisam se adaptar às novas formas de trabalho e interação com a tecnologia.

Diversas empresas, ao implementarem o Copilot, se deparam com desafios semelhantes: a expectativa de aumento imediato na produtividade e satisfação dos desenvolvedores pode não se concretizar de forma instantânea. A experiência mostra que uma abordagem estratégica para a adoção da ferramenta é crucial para o sucesso. A implementação da trilogia de Assessment, Adoption e Management (Avaliação, Adoção e Gerenciamento), como a oferecida pela ilegra, tem se mostrado eficaz nesse processo de adaptação.

A fase de Assessment permite a identificação das necessidades e desafios específicos de cada empresa, enquanto a fase de Adoption foca na capacitação prática e no suporte aos desenvolvedores. A fase de Management, por sua vez, estabelece métricas de desempenho e indicadores de sucesso, monitorando continuamente o impacto da ferramenta e permitindo ajustes ao longo do processo.

Receptividade dos desenvolvedores

Um padrão recorrente observado em empresas que adotam o Copilot é a maior receptividade por parte dos desenvolvedores juniores. As taxas de aceitação de sugestões entre os juniores tendem a ser mais altas em comparação aos desenvolvedores plenos e sêniores. Isso pode ser atribuído à menor experiência dos juniores, que os torna mais abertos a novas tecnologias e métodos de trabalho.

No entanto, pesquisas de satisfação indicam que a maioria dos desenvolvedores, independentemente do nível de experiência, se sente mais satisfeita ao utilizar o Copilot. A capacidade da ferramenta em automatizar tarefas repetitivas, sugerir soluções de código e fornecer assistência contextualizada libera os desenvolvedores para se concentrarem em desafios mais complexos e criativos.

As dificuldades iniciais e a resistência à mudança por parte de alguns desenvolvedores mais experientes ressaltam a importância de uma visão holística na implementação de novas tecnologias. O investimento em treinamento, a comunicação transparente sobre os objetivos da ferramenta e a criação de um ambiente que acolha a mudança são essenciais para o sucesso da adoção do Copilot.

Parceiro de desenvolvimento

A mudança de modelo mental requer que os desenvolvedores compreendam a ferramenta como um parceiro de desenvolvimento, e não apenas uma ferramenta de automação. Aprender a formular prompts eficazes, fornecendo contexto e detalhes específicos para a IA, é crucial para obter resultados mais relevantes. Desenvolvedores também precisam desenvolver a capacidade de avaliar criticamente as sugestões do Copilot, realizando ajustes e correções quando necessário.

A escassez de mão de obra qualificada na área de tecnologia, especialmente em países como o Brasil, torna a adoção de ferramentas como o Copilot ainda mais estratégica. A IA generativa surge como uma aliada importante para as empresas que buscam manter a competitividade e a capacidade de inovação, mesmo com equipes reduzidas.

A implementação eficaz do Copilot depende de:

  1. Mudança de modelo mental: adaptação à nova dinâmica de trabalho com a IA generativa, aprendendo a formular prompts eficazes e a avaliar criticamente as sugestões.
  2. Capacitação: investimento em treinamento e suporte para que os desenvolvedores se familiarizem com a ferramenta e se sintam confiantes em utilizá-la.
  3. Monitoramento contínuo: acompanhamento de métricas de desempenho e da satisfação dos desenvolvedores para identificar áreas de aprimoramento e otimizar o uso da ferramenta.

É importante lembrar que a IA generativa no desenvolvimento de software ainda está em seus estágios iniciais. As implicações éticas do uso da IA, como o potencial de viés nos dados de treinamento, devem ser cuidadosamente consideradas. A IA não substitui a criatividade, o conhecimento técnico e a capacidade de resolução de problemas dos desenvolvedores, mas atua como um complemento, oferecendo novas possibilidades e potencializando a eficiência do trabalho.

A implementação do Copilot e de outras ferramentas de IA Generativa requer uma abordagem estratégica que combine a mudança de modelo mental, a capacitação dos desenvolvedores e o monitoramento constante dos resultados. Ao investir nesses pilares, empresas podem garantir uma transição suave para essa nova era do desenvolvimento de software e colher os benefícios de uma parceria poderosa entre humanos e IA.

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