Escrito por Gediel Luchetta,

6 minutos de leitura

4 motivos para investir na modernização do seu sistema legado

Nos casos em que o sistema é core para gerar diferenciação no mercado, alguns fatores são fundamentais para a decisão de parar de investir no legado.

Compartilhe este post:

Já faz algum tempo que a tecnologia tem ditado os rumos do negócio em diversos setores. Apesar disso, promover mudanças em suas operações continua sendo um desafio para as empresas. Um claro exemplo são os sistemas legados, uma denominação utilizada para descrever aplicações que foram criadas seguindo métodos ou tecnologias defasadas e que permanecem em uso em uma organização, trazendo uma série de problemas para o negócio.

O estudo Application Modernization Should Be Business-Centric, Continuous and Multiplatform, da Consultoria Gartner, indica que os débitos técnicos de sistemas legados continuarão se somando aos já existentes; em 2025, estarão consumindo mais de 40% do budget de TI. O mesmo estudo indica que, até 2025, 90% dos aplicativos atuais ainda estarão em uso, sendo que a maioria continuará a receber investimento insuficiente em modernização.

A modernização de aplicações legadas, normalmente, é um investimento alto e uma jornada de longo prazo. Entretanto, nos casos em que o sistema em questão é core para gerar diferenciação no mercado, alguns fatores são fundamentais para a decisão de modernizar e parar de investir no legado.

Veja, a seguir, 4 motivos que tornam fundamental e justificável o investimento em modernização das suas aplicações legadas.

 

1 – Seu ritmo de inovação está cada vez mais lento

A necessidade de inovar e de modernizar os seus processos desafia as empresas tradicionais – diferentemente das startups, nativas digitais, que têm em seu DNA a inovação. A métrica de Time to Market (TTM), que determina o período de tempo entre a idéia e o produto final sendo utilizado em produção, vem degradando com o passar do tempo em sistemas legados; chegará a um ponto em que a inovação acabará ficando muito lenta e, com isso, a perda de competitividade no mercado será inevitável.

Manter um TTM aceitável em sistemas legados é praticamente impossível, visto que esses sistemas não foram concebidos com uma arquitetura pensada para escalar times independentes, trabalhando em paralelo e liberando mudanças em produção frequentes. Nesses sistemas, não importa se você tem 10 ou 100 desenvolvedores trabalhando, o ritmo de mudanças é sempre determinado pela funcionalidade mais complexa de se implementar.

Ademais, outro fator que desacelera a inovação, muito comum em sistemas legados, são os débitos técnicos. Normalmente enormes e frequentemente impagáveis, precisam ser considerados e remediados a cada nova mudança do sistema. Imagine dois corredores disputando uma prova, em que um deles carrega uma mochila adicional de 20 quilos (analogia para débitos técnicos). Quem você acha que terá mais chance de vencer?

 

Leia também: 7 principais desafios que as empresas enfrentam ao inovar

 

2 – Seu custo operacional está muito alto

É muito comum um cenário onde o sistema legado vem gerando um crescente custo operacional para a organização. Normalmente, esses custos vêm de fontes variadas, como infraestrutura, sustentação, suporte, manutenção e evolução do sistema. Perguntas que podem ser feitas pelos executivos quando esses questionam o custo de sistemas legados são:

+++ Por que temos tantos chamados de suporte dos usuários finais?
+++ Por que precisamos de tantas pessoas de infra e operações para monitorar e operar o sistema?
+++ Por que precisamos de tanto tempo para fazer uma alteração simples no sistema?
+++ Por que gastamos tanto com a infraestrutura de hardware (ou com a conta do cloud provider) para rodar esse sistema?

Os custos elevados para manter e evoluir sistemas legados ocorrem porque, na sua concepção, a arquitetura definida não previu a necessidade de escala atual (tanto de usuários como de times de desenvolvimento) ou não existiam tecnologias adequadas para os problemas atuais.

 

3 – A experiência do usuário final é ruim

Os usuários de produtos digitais estão cada vez mais exigentes. Eles não têm paciência para retornar mais tarde porque o sistema está indisponível ou para aguardar alguns segundos por uma operação que, do ponto de vista do usuário, é simples. A indisponibilidade ou a lentidão para executar uma função padrão compromete diretamente a experiência do usuário final e significa que, possivelmente, o software não foi projetado e construído para suportar a demanda atual ou futura que o negócio exige.

Outro fator impactante para a experiência do usuário é a acessibilidade do sistema multitela ou multiplataforma, ou seja, o consumidor atual deseja poder acessar os sistemas a partir de seu smartphone, computador, tablet e até diretamente de sua TV, tendo sempre a mesma experiência. Porém, geralmente, os sistemas legados foram projetados exclusivamente para serem acessados de computadores, o que torna impossível seu uso por meio de outros dispositivos.

Além disso, é muito provável que as interfaces e os fluxos do sistema não tenham sido desenvolvidos com foco na melhor experiência para o usuário final, o que torna o seu uso difícil e pouco intuitivo.

Nesse cenário, é esperado que a experiência do consumidor (CX) impacte diretamente na sua satisfação (Net Promoter Score (NPS) e, por consequência, na probabilidade de continuar usando seu produto digital. Ou seja, podemos facilmente fazer uma relação direta entre CX com o crescimento da participação no mercado de um produto digital.

Por isso, sistemas modernos são desenvolvidos tendo o usuário final no centro de suas definições. São projetados com uma arquitetura escalável, permitindo a absorção do aumento de demanda sem indisponibilidade ou perda de performance. Além disso, são preparados para se auto recuperar de falhas e possuem interfaces simples, amigáveis e intuitivas que podem ser acessadas de qualquer dispositivo.

 

Leia também: Veja como o SBT aumentou em mais de 80% sua audiência online com um novo site mobile first

 

4 – Você tem uma grande dificuldade de atração e retenção de talentos

As empresas que dependem de produtos digitais vivenciam um momento crítico em relação à concorrência por profissionais qualificados nessa área. Por exemplo, profissionais como Arquitetos de Software, Desenvolvedores, Engenheiros de dados, UX Designers, Engenheiros de cloud, Cientistas de dados e Administradores de Banco de Dados estão cada vez mais escassos e com salários inflacionados devido ao desequilíbrio entre oferta e demanda.

Um dos principais fatores que determina a escolha de onde esses profissionais irão trabalhar é a possibilidade de utilizarem tecnologias de ponta. Dentro desse contexto, companhias que possuem sistemas legados com tecnologias defasadas sofrem com esse problema de maneira exponencial. Fica claro, assim, que a dependência e/ou a falta de profissionais de tecnologia é um grande desafio para essas empresas, visto que representa um grave risco para a evolução e perenidade do negócio.

 

Se sua empresa está perdendo participação de mercado ou não está crescendo como planejado por um ou mais desses fatores, considerar um investimento para modernização é algo que precisa ser feito. Como mencionado anteriormente, a modernização de um sistema core, quase sempre, é uma jornada longa e de alto investimento. Existem porém, duas abordagens importantes que aumentam a probabilidade de sucesso nessa iniciativa. Veja quais são neste outro artigo.

Compartilhe este post: