Escrito por Juliana Manara,
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DREX e mais: navegando a próxima onda de inovação do blockchain no Brasil
A revolução da blockchain não é mais uma perspectiva distante, ela já está remodelando as regras das finanças. Esse artigo destaca os casos de uso mais impactantes da blockchain e as tendências a serem observadas nos próximos dois anos.
O cenário financeiro global está mudando rapidamente em direção a um futuro impulsionado pela tecnologia blockchain. À medida que o Brasil se prepara para o lançamento do DREX, sua própria moeda digital emitida pelo Banco Central (CBDC), os CIOs e CEOs do setor financeiro têm diante de si uma oportunidade crucial: aproveitar o poder dessa tecnologia para aumentar a eficiência, criar novos fluxos de receita e ganhar uma vantagem competitiva. Este artigo serve como um roteiro para os líderes financeiros brasileiros, destacando os casos de uso mais impactantes da blockchain e as tendências a serem observadas nos próximos dois anos.
O efeito DREX
A introdução do DREX está prestes a ter um impacto profundo no ecossistema financeiro brasileiro, potencialmente acelerando a adoção de moedas digitais e provocando uma reavaliação dos modelos bancários tradicionais. Semelhante às tendências observadas com stablecoins em outros mercados emergentes, o DREX pode impulsionar uma mudança em como os brasileiros poupam, investem e realizam transações, apresentando tanto oportunidades empolgantes quanto desafios estratégicos para as instituições financeiras.
Atualmente, o Brasil ocupa o 6º lugar no mundo em adoção de criptomoedas, com aproximadamente 26 milhões de investidores. Isso sugere um forte apetite por ativos digitais entre os brasileiros, algo que o DREX provavelmente vai estimular ainda mais. Como Vitalik Buterin, cofundador do Ethereum, observou em uma recente discussão no TOKEN 2049, a natureza internacional do espaço cripto é um de seus atributos mais valiosos. Ele destacou que, “em um momento de barreiras físicas, econômicas e restrições na internet cada vez maiores, este é um dos ecossistemas que continua firmemente global.” Essa perspectiva global é particularmente relevante para as instituições financeiras brasileiras que buscam navegar no cenário digital em evolução e se conectar a um mercado mais amplo.
Além das criptomoedas: explorando aplicações reais da blockchain
Embora o hype em torno das criptomoedas muitas vezes domine as manchetes, é crucial que os líderes financeiros brasileiros reconheçam que a tecnologia blockchain oferece uma riqueza de soluções práticas e em nível empresarial. Indo além do reino dos ativos especulativos, encontramos exemplos convincentes de empresas estabelecidas utilizando blockchain para obter resultados tangíveis.
Por exemplo, a Bosch, renomada fabricante de eletrônicos, fez parceria com a IOTA Foundation para desenvolver uma rede de infraestrutura física descentralizada (DePIN). Essa iniciativa visa crowdsourcing de redes de dados físicas, permitindo que a Bosch colete e monetize dados de seus sensores e dispositivos IoT de maneira segura e eficiente. Esse exemplo ilustra como a blockchain pode ser integrada a processos de negócios existentes para otimizar operações, melhorar a segurança dos dados e desbloquear novos fluxos de receita — conceitos diretamente aplicáveis aos desafios enfrentados pelas instituições financeiras brasileiras.
Atendendo às cxpectativas do cliente: stablecoins e o futuro dos pagamentos
Entender a “visão do cliente” é essencial no cenário financeiro em rápida evolução de hoje. As stablecoins, em particular, têm despertado um interesse significativo entre os consumidores, especialmente para pagamentos e transações internacionais.
Como destacado por especialistas da indústria no TOKEN 2049, as stablecoins oferecem uma solução tangível para atender às necessidades financeiras reais, particularmente em mercados emergentes. Na Argentina, por exemplo, onde a instabilidade econômica tem alimentado a adoção de moedas digitais, as stablecoins estão sendo usadas para transações cotidianas. Um palestrante no evento mencionou: “Na Argentina, faço tudo com cripto. Meu cartão, recebo pagamentos, pago… Na minha loja local, tudo acontece por meio de um banco habilitado para cripto.” Esse relato ressalta o potencial transformador das stablecoins em fornecer maior acesso financeiro e estabilidade, uma perspectiva que deve ressoar fortemente com as instituições financeiras brasileiras que atendem a uma base de clientes diversificada.
Futuro impulsionado pela blockchain: casos de uso para os próximos dois anos
Para permanecerem competitivas na era do DREX, os CIOs e CEOs brasileiros devem agir com precisão e priorizar os casos de uso de blockchain que se alinhem com seus objetivos estratégicos. Com base em insights de líderes inovadores da indústria, podemos identificar várias áreas-chave de foco para os próximos dois anos.
Supply Chain Finance: o Brasil desempenha um papel fundamental na agricultura e manufatura globais, tornando as soluções de supply chain finance impulsionadas pela blockchain especialmente relevantes. Ao aproveitar a transparência e a segurança inerentes dessa tecnologia, as instituições financeiras podem otimizar as operações da cadeia de suprimentos, reduzir fraudes e desbloquear novas oportunidades de financiamento para as empresas.
Identidade Digital e Compliance (KYC/AML): como destacado por palestrantes no TOKEN 2049, a identidade auto-soberana é um pilar do ecossistema blockchain. Ao implementar soluções de identidade baseadas em blockchain, as instituições financeiras brasileiras podem simplificar o onboarding de clientes, melhorar a conformidade com KYC/AML e reduzir o risco de fraudes, tudo isso enquanto proporcionam uma experiência mais segura e amigável ao usuário.
A revolução da blockchain não é mais uma perspectiva distante, ela já está aqui e está remodelando as regras das finanças. À medida que o Brasil embarca em sua própria jornada com o DREX, a pergunta para os CIOs e CEOs brasileiros é clara: você será um líder ou um seguidor nesta nova era de inovação financeira?