Escrito por Caroline Capitani,
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5 tendências de design e inovação para acompanhar no ano de 2022
Disciplina dinâmica e em constante evolução, o design tem muito a agregar no desenvolvimento de novas práticas. Conheça as principais tendências na área.
O design tem sido um vetor fundamental para a aceleração da transformação digital nas empresas. Muitas organizações já compreenderam a importância de expandir e aprofundar planos estratégicos, considerando o relacionamento com público interno e consumidores para inovar. Com tantas possibilidades e desafios a serem enfrentados, o design se tornou um grande ativo para a descoberta e desenvolvimento de soluções inovadoras.
As empresas têm se mostrado mais dispostas a desenvolverem novas práticas e soluções sustentáveis em todas as instâncias. O design, como uma disciplina dinâmica e em constante evolução, tem muito a agregar nessas mudanças, mapeando tendências e indicando direcionamentos. Listo abaixo as principais inovações do design para 2022, observadas também por outros profissionais da área.
1. Environment-centered Design
Com questões como ESG e outras práticas relacionadas à responsabilidade ambiental e social sendo cada vez mais discutidas pelas empresas, notamos a crescente demanda por negócios que buscam desenvolver soluções mais sustentáveis, levando em consideração todo o ecossistema. Especificamente no design, vimos uma ampliação do olhar dos especialistas ao longo dos anos. Inicialmente, as soluções consideravam o usuário (user-centered design), que evoluiu para o design centrado no ser humano (human-centered design). Agora, também por influência dos recentes acontecimentos mundiais, os impactos sistêmicos no meio ambiente recebem atenção especial, com o surgimento do environment-centered design.
Para Luana Favaretto, UX Researcher na ilegra, essa tendência está relacionada ao design circular, ou seja, como podemos estender o ciclo de vida de um produto ou serviço a partir da remodelação processos e cadeias produtivas. Os principais objetivos do design circular são eliminar o desperdício e fazer melhor uso dos recursos, melhorar a longevidade e extensão do ciclo de vida de um produto, remanufatura e recuperação de materiais.
Complemente a leitura: Design como ferramenta poderosa para a transformação dos negócios
2. Behavior design
Compreender e aplicar metodologias, visando moldar ou influenciar o comportamento ou as decisões humanas. Essa tendência se relaciona a temas como economia comportamental, neurociência e psicologia, com o principal objetivo de utilizar insights para desenvolver ferramentas ou diretrizes que promovam mudanças ou incentivem ações que beneficiem o meio ambiente.
Quando falamos sobre técnicas com o propósito de incentivar mudanças no comportamento humano, não podemos deixar de mencionar os vieses cognitivos, que são basicamente atalhos mentais que nosso cérebro usa para tomar uma decisão, indica Luana Favaretto. Somos humanos, seres emocionais, e compreender essas nuances pode fazer toda diferença na hora de se projetar alguma solução. De forma geral, o behavior design tem sido aplicado em governos, organizações sem fins lucrativos, empresas e escolas mundo afora, mas vem ganhando força aqui no Brasil nos últimos anos.
3. Ethical design
Tem como objetivo projetar produtos com base na moral e crença do próprio negócio. Significa reunir princípios que girem em torno do respeito aos direitos humanos, esforços e experiências. Essa abordagem deve seguir alguns princípios, como usabilidade, acessibilidade, privacidade, transparência e persuasão, envolvimento do usuário, foco e sustentabilidade. Estes fatores devem ser considerados desde o início da construção de cada solução em que o design ético será aplicado, e em todas as fases do processo.
4. Metaverso
Um novo conceito que mescla o universo online com a realidade aumentada, permitindo novas experiências em ambientes cibernéticos, promete revolucionar não só os modelos de negócio, mas a maneira como nos relacionamos com tecnologia e cultura.
Na área de design, este processo se aplica a etapas de edificação de uma nova economia, disruptiva e tridimensional. A evolução da velocidade do processamento das informações e a possibilidade de obter uma tecnologia mais inclusiva, pensada para diferentes perfis de usuários, propiciam soluções mais estratégicas e imersivas capazes de proporcionar metodologias e tendências econômicas, físicas, políticas e sociais.
5. Games e Gaming
Nas empresas, o processo de gamificação já é utilizado como uma estratégia de interação, como uma forma de deixar recursos mais dinâmicos. Carla Leite, head de inovação na ilegra, comenta que a teoria por trás dos jogos está sendo cada vez mais utilizada como uma forma de incentivar as pessoas a se desenvolverem em várias áreas para ganharem pontos que poderão ser trocados por benefícios, como em um programa de pontos da aviação, por exemplo.
Isso significa que os jogos deixam de ser utilizados por competidores e passam a ser um modelo em que os usuários buscam superar a si mesmos em um sistema de estímulo contínuo, com menor impacto na saúde mental e se afastando um pouco do modelo da meritocracia que também já vem sendo colocado em check há um tempo.
No universo corporativo, a característica de dinamicidade do design dá suporte aos novos formatos de empresas e perfis de profissionais e clientes. No Brasil, a utilização cada vez mais estratégica das ferramentas da disciplina – capturando tendências e possibilitando que as empresas se antecipem frente a novos desafios – proporciona mudanças que contribuem não apenas para a evolução de segmentos de atuação, mas também para o desenvolvimento da sociedade como um todo.